Mensagem ao leitor

SAÚDE OU DOENÇA: SABIA QUE VOCÊ TEM ESCOLHA?

OFTALMOLOGIA PARA LEIGOS

O blog  é dedicado a todos que buscam entender como funciona o olho humano, na saúde e na doença, para, através do conhecimento, agir preventivamente e manter a qualidade visual hoje e sempre.

O objetivo a ser perseguido hoje, mais do que nunca, é a prevenção em saúde. A longevidade com qualidade de vida. Para isso, mudanças são necessárias. Na área médica, uma mudança de paradigmas, com absorção das várias ferramentas terapêuticas, das várias “medicinas” que existem hoje e a afirmação do papel especifico do médico como facilitador de informação ao leigo. E o indivíduo comum precisa absorver o conceito de que é necessário que ele retome a responsabilidade por sua própria saúde.

Este blog e o  livro   “Saúde ou doença: sabia que você tem escolha? – Oftalmologia para leigos” apresentam uma oftalmologia com viés multidisciplinar e com uma perspectiva mais global, considerando o individuo em seu conjunto indivisível e não apenas um par de olhos.

Eles pretendem divulgar o conceito de promoção de saúde, a necessidade de facilitar o acesso do leigo à informação de qualidade sobre saúde e a maior cooperação da oftalmologia com as outras especialidades médicas e outros profissionais da área de saúde.

Gostaria que tanto o blog quanto o livro despertassem a curiosidade do leitor e fornecessem informação suficiente para facilitar a sua busca a respeito de prevenção em oftalmologia, além de ajudá-lo a entender o adoecimento, para que saiba ser possível se manter saudável.

Em outras palavras, espero que a leitura seja interessante, informativa e, principalmente, útil.

Agradeço a todos os meus pacientes que com seu carinho, apoio e confiança me ajudaram nesta caminhada em busca da melhor maneira de cuidar do outro, profissional de saúde que sou: muito obrigada.

Vocês sempre foram um grande incentivo!

 

 

-DMRI tem prevenção?

-Moscas volantes, o que elas significam?

-Fotopsias, um alerta importante!

-Catarata é doença? Quando operar?

-Glaucoma, afinal eu tenho ou não?

Algumas dessas perguntas deixam você curioso a respeito? Respostas a elas ajudariam você a entender melhor (e manter) a saúde dos seus olhos? Então é para você que os textos foram escritos. Os tópicos acima são alguns dos temas abordados aqui.

Os textos não exprimem, necessàriamente, a opinião de outros oftalmologistas, além da autora, nem endossam ou deixam de valorizar esta ou aquela forma de tratamento. Pelo contrário, ampliam e divulgam o conceito de saúde. Para o leitor que deseja informar-se mais sobre oftalmologia, estão listadas as referências de outros sites e blogs para facilitar o acesso as informações relevantes.

Hoje não se pode mais culpar a falta de informação! Seja através da internet (links especializado, videos, e-books) ou das várias matérias atualmente veiculadas pelos canais da TV (aberta e a cabo),além dos muitos (excelentes) livros disponíveis sobre literatura médica (comentada) para leigos ela, informação, acaba chegando até você!

É meu sincero desejo que você saia da sua zona de conforto e retome a responsabilidade pela sua saúde. Deve dividi-la com seu médico (e parceiro de empreitada), mas nunca delegar.

24 comentários

  1. Olá Doutora.
    Desde os 29 anos trato com laser de descolamentos de retina. Tenho 45 anos. Há uns três anos quase toda noite via flashes constantemente, faz 7 dias que tive um descolamento de vitreo, e estou vendo várias manchas. No dia seguinte ao DVP fui num pronto socorro e no exame de mapeamento não foi detectado rompimento da retina. Repeti esse exame 5 dias depois num especialista e também não foi detectada ruptura da retina. Mas continuo vendo flashes, mais espaçados. O médico me disse que esses flashes provavelmente vão diminuir, e devo repetir o mapeamento daqui há 10 dias. Estou muito preocupada com esses flashes, que vejo a noite, e também algumas vezes de dia. Os flashes significam necessariamente que vou ter ainda descolamento de vitreo ou de retina? Ou pode ser um sintoma do descolamento recente?

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    1. Silvia,

      Voce deve ser miope e a terapia com laser desde os 29 anos visava “prevenir” o DR (descolamento de retina).Possivelmente o que vc tem são
      lesões na retina periferica que oferecem risco de DR.

      Há 1 semana apos o descolamento vitreo voce passou a perceber as “moscas volantes” (pela desorganização e modificação da estrutura vítrea).Os
      flashes significam tração vitreo-retiniana (a retina sendo repuxada em determinadas posições do olhar em decorrencia de pontos em que o vitreo
      ainda esteja “colado” à retina).

      Com o tempo o que se espera é que diminuam (e desapareçam) esses pontos de adesão e com isso que desapareçam tambem os flashes. O tempo que vai levar é uma incognita. Nenhum medico é capaz de precisar esse tempo.A repetição do MR (mapeamento de retina) é necessaria para monitorizar a
      tração e evitar um desfecho negativo (tração levando à ruptura e esta ao DR).

      Então, a resposta à sua pergunta é não,os flashes não significam necessariamente que voce terá um DR!

      Mas a necessidade de monitorização se impõe.Siga as orientações do seu retinólogo e voce não terá com o que se preocupar. Tenho certeza de que ele
      estará atento a qualquer necessidade de intervenção.

      Abs,

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  2. Ola doutora!

    Por favor me ajude.

    Vou tentar sintentizar o que aconteceu comigo. Em 90 tive uma paralisia facial, da qual ficou uma sequela: o olho de um lado ficou mais fechado e com o passar o tempo ambos caidos e com bolsas. Fiz um lifting e juntamente com ele o medico resolveu que seria bom mexer nas palpebras inferiores Tambem, eu,INGENUA! Deixei. Nao sabia nem que existia cirurgiao plastico ocular e hoje estou sofrendo porque, a bolsa e o inchaco estão piores e eu (que já tinha) e continuo tendo olho seco.Por outro lado lado virei uma “atracão” e nao posso ficar com os olhos estranhos deste jeito. Tenho pesquisado para me submeter a uma nova avaliacao agora com cirurgiao plástico ocular, para ver se existe a possibilidade de melhorar meus olhos.

    POR FAVOR! a senhora poderia me orientar,inclusive a respeito de um cirurgião?
    Aguardo sua resposta.

    Obrigada,

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    1. Eliana,

      Minha empatia pelo seu sofrimento com os inconvenientes e secundarismos da cirurgia palpebral.
      Mas, sou oftalmologista clinica.não há muito que eu possa dizer ou fazer por voce! Quanto a indicar
      medicos que fazem cirurgia reparadora palpebral é uma possibilidade.
      Mesmo assim a indicação que farei é técnica, de reconhecimento de habilidade.E a relação médico-pa
      ciente é inestimável para a boa condução (e desfecho) do tratamento. Portanto sugiro que procure
      mais de um profissional, exponha sua situação e depois faça a sua escolha baseada na empatia esta
      belecida. Todos os indicados têm a mesma qualificação. São profissionais bastante conhecidos no meio
      médico e têm a sua competência reconhecida.

      Enviarei as indicações via email.

      Espero ter ajudado!

      Abs,

      PS: Obrigada pelas palavras elogiosas a respeito do blog (em outro comentario não publicado). Espero
      que voce tenha razão e eu possa estar de alguma forma auxiliando,atraves da informação,a muitos
      que buscam entender um pouco mais sobre o que os aflige.

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  3. Olá doutora Elizabeth, será que poderia tirar algumas dúvidas? O que é síndrome da visão de computador e o que ela pode causar? Ela pode causar fadiga visual e dor? Olhos secos? vermelhidão? E no seu estremo?
    um abraço

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  4. Prezada Dra. Elizabeth,

    É muito bom contar com profissinais, seres humanos, de qualidade, cujo objetivo é apenas contribuir com o próximo. O seu blog certamente já ajudou muitas pessoas. Parabéns pela atitude!
    O que mais me chamou a atenção foi o fato de você(permita-me chamá-la assim) ocupar tanto a posição do profissional da saúde, médica, como o lugar do paciente. Portanto, a sua contribuição tem um valor que eu não saberia registrar com palavras. O que eu posso lhe dizer é que a sua predisposição de contribuir tem mudado a vida das pessoas. Cheguei a essa conclusão depois de ler os relatos e as suas respostas muito esclarecedoras.
    Bem, como não poderia deixar de ser, também sou uma paciente com angustia em decorrência de ruptura na retina desencadeada por DVP e oho seco.
    Tenho 52 anos. No dia 06 de janeiro sofri uma ruptura na retina e passei por um procedimento à laser depois de aproximadamente 7 dias. Esse processo aconteceu em duas etapas. Posteriormente à segunda etapa passei a ter os “tais” de floters na região central da visão, o que me incomoda demais. Além disso, tenho tido dores nos olhos, sensação de areia e uma espécie de fotofobia depois de algum tempo lendo, exposta ao computador ou à tv.
    Tenho ido ao oftalmologista, especialista em retina, com frequencia. Só nos últimos dois meses fui quatro vezes. Ele diagnosticou olho seco e receitou alguns colírios, lágrimas artificiais, e na última consulta prescreveu optive descartável. Continuo com dor nos olhos, inclusive acordo várias vezes durante à noite para pingar colírio.
    Honestamente, não sei mais o que fazer porque uso o computador para trabalhar e preciso ler muito. Também não tenho mais coragem de voltar ao médico.
    Comecei a pesquisar sobre a dor nos olhos e descobri uma lente azul para ser usada à frente do computador em um site que pareceu sério: http://www.olhosdeabelha.com.br.
    Também pesquisei sobre os floters e cheguei aqui.
    Confesso que fiquei entusiasmada quando soube, por você, que os floters vão diminuir. O médico havia me passado essa informação, entretanto ele disse que isso aconteceria em torno de seis meses. Já fazem quatro e o quadro continua o mesmo.
    As minhas dúvidas continuam, por isso gostaria que me esclarecesse sobre alguns pontos:
    A lente azul para computador pode ser usada?
    O trabalho do Dr.W.H.Bates sobre os óculos com furos é confiável? Pode ser usado?
    As nuvens, floters, que vejo vão mesmo diminuir a ponto de não incomodar?
    Seria possível a indicação de algum profissional de São Paulo, especialista em olho seco?
    Desculpa pelo tamanho da mensagem, mas entendo que algumas dessas perguntas podem contribuir com outras pessoas que usam o computador para trabalhar ou que tenham problemas semelhantes. De verdade, estou muito triste por estar vivendo todo este processo.
    Desde já agradeço muitíssimo.

    Grande abraço,

    Lucy

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    1. Lucy,

      Desculpe a demora em responder…de maio a setembro tivemos algumas dificuldades operacionais.

      Obrigada pela avaliação positiva do blog. Estamos tentando entender melhor o perfil dos usuários para melhor atender as expectativas.
      Quanto aos seus questionamentos, espero que a esta altura voce já tenha dirimio as dúvidas e resolvido as questões que a incomodavam.

      Algumas observações:

      A terapia com laser é necessaria para resolver a questão retiniana. Mas,assim como qualquer outra intervenção, não está isenta de secundarismos. O aumento ou aparecimento dos floaters e a piora do olho seco não são raros.O uso frequente de colirios para dilatar a pupila (para examinar a retina, repetidas vezes) pode tambem exacerbar os sintomas de olho seco.Sensação de areia, ressecamento, dor ocular são alguns desses sintomas.Dos colirios usados no tratamento do olho seco, aqueles à base de carmelose (optive) são interessantes nos casos de deficiencia aquosa.Já o alcool polivinilico (refresh é um deles) traz mais beneficios quer nas deficiencias de muco, aquosa ou lipidica.Interessante tambem evitar conservantes( que por si só já irritam a mucosa conjuntival e o epitelio corneano) e usar as apresentações descartáveis, como voce citou.O consumo de omega 3 (flasx seed oil ou óleo de linhaça) por um minimo de quatro meses ajuda a modificar a qualidade da lágrima e diminuir o olho seco evaporativo.Que incomoda especialmente usuários frequentes de computador e outras telas, quando a frequencia do piscar diminui e a sintomatologia do olho seco se faz mais presente e incômoda.
      A lente azul (“video filter”) é prescrita por alguns para reduzir os sintomas do “cansaço visual” relativo ao uso frequente do computador. Durante algum tempo eu mesma a precrevia. Mas os resultados não me animaram. Hoje prefiro prescrever lentes fotossensiveis para uso externo e à frente dos monitores. O uso de qualquer lente durante o trabalho visual à frente de um monitor (mesmo plana, ou seja,”sem grau”), já reduz a evaporação da lágrima, aumentando consequentemente o tempo de rutura do filme lacrimal e com isso minimizando os sintomas do olho seco.
      As referencias aos relatos do Dr. Bates a respeito dos “exercicios visuais” são anedóticas.Ou seja, não há respaldo na literatura médica. Não que isso signifique que não funcione a estratégia.Apenas quero dizer que não tenho condições de opinar a respeito porque não tenho experiencia com a técnica, nem posso me basear em publicações a respeito porque não as conheço (Medline).O mesmo vale para os óculos com furinhos (ropidol)para induzir maior capacidade visual aos portadores de ametropias e principalmente para “retardar” a presbiopia.
      Em SP, o Instituto da Visão, com supervisão dos docentes da UNIFESP é uma excelente opção (planos de saude). As Profªs Ana Luiza Hoffling e Denise Freitas são especialistas em superficie ocular (UNIFESP) e ambas têm clinica privada em SP.

      Abs,

      Elizabeth

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  5. Dra. Muito obrigado pela sua resposta e sua atenção, a senhora nos ajudou muito o que agora vejo é que minha esposa aceite o que aconteceu (existem coisas bem piores) pois assim o problema não fica tão grande. Valeu muito a sua ajuda. Que Deus a proteja.
    Um abraço,
    Flávio

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    1. De nada, Flavio!

      Apenas gostaria de acrescentar que mesmo sabendo que existem coisas muito piores nós, humanos que somos,por vezes custamos a aceitar uma realidade diferente da que estavamos acostumados. Principalmente em relação à saúde e especialmente um dos sentidos (neste caso a visão) que, afinal, são as formas de comunicação nossa com o mundo que nos cerca.

      Por experiencia própria posso dizer que existirão dias melhores e outros não tão bons assim.Mas existe um ditado que diz “…se não tem remédio…remediado está…”. Em outras palavras, se não há o que eu possa fazer a respeito então não devo insistir e sim voltar a atenção para outra direção. Ou seja, tentar “dar a volta por cima” sempre lembrando que sofremos apenas um “arranhãozinho” na nossa visão…mas ainda podemos ver!

      Monitorizar com a periodicidade sugerida pelo especialista,sim! Mas após cada consulta, verificada a inexistencia de qualquer motivo de preocupação maior,seguir com a disposição de enxergar apenas o que se deseja e precisa.

      Abs para voce e sua esposa!

      Elizabeth

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  6. Dra. Elizabeth como a este blog nos auxilia a senhora não tem idéia disto.Venho solicitar a sua opinião a respeito do que está ocorrendo com a minha esposa. Agora há pouco ela está com o olho direito afetado por DPV, a médica nos solicitou uma ecografia que foi feita com os seguintes resultados: Vítreo: presença de ecos puntiformes de baixa a média reflexibilidade,móveis mais concentrados em terço posterior da cavidade vítrea sugerindo processo degenerativo vítreo. Presença de menbrana descontínua de média reflexibilidade e alta mobilidade apresentando pós-movimentos e aparentemente com fixação residual discal imagem compativel com hialóide posterior discretamente espessada e parcialmente descolada (DESCOLAMENTO DO VÍTREO POSTERIOR PARCIAL). Retina: aplicada
    Coroíde:Aplicada, com espessura e contorno dentro da normalidade.
    Nervo ó´ptico: identificadao
    Diâmetro axial similar ao do olho adelfo.
    OBS.: Não foi observado área de tração vítreo-retiniana durante as ecografias estática e dinâmica.
    Pelo que li nos seus comentários a cirúrgia para traz riscos sem a garantia de ser 100%, então como lidar com este problema no dia a dia de uma dona de casa?
    Será que este problema pode com o tempo piorar e chegar a perder a visão do olho direito? O que minha esposa pode fazer e não fazer para levar uma vida sem muita preocupação de que isto pode, isto não pode.
    Pegar peso( pegar o netinho no colo), ficar com a cabeça baixa muito tempo, óculos de sol usar sempre que sair na rua. Enfim, doutora, a sua explicação será de grande valia para nós. Fique com Deus e muito obrigado por esta ajuda.

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    1. Flavio,

      Sinceramente espero que seja de alguma ajuda a informação postada neste blog.Para isso ele foi criado. É muito bom
      saber que tem cumprido o seu objetivo.

      Obrigada pelo estímulo!

      Quanto ao DPV parcial sem tração vitreo-retinana ou vitreo-macular mais especificamente,não existe nenhuma indicação cirurgica ou tratamento clinico indicado para “prevenir” futura complicação que pode,inclusive, NUNCA existir! O DPV é cada vez mais comum entre nós (principalmente apos os 50-60 anos). Assim como não conseguimos identificar uma causa (na maioria dos eventos),não temos nenhum “guideline” para orientar a respeito de prevenção de complicações (que não são frequentes- têm baixa incidencia se compararmos ao numero total de eventos de DPV).
      Mas o senso comum lembra que se “perdemos a proteção vítrea”, se a estrutura do binomio vitreo-retina foi modificada deveriamos sempre que possivel evitar a tração brusca dos olhos (movimentos bruscos de cabeça), inversões da posição supina (evitar ficar de cabeça para baixo,fazendo atuar negativamente a força da gravidade) e situações de risco de trauma ocular (esportes radicais, de luta,etc).
      Quanto à proteção UV e a alimentação funcional relacionada à mácula (luteina e zeaxantina principalmente),com certeza são medidas que todos deveriamos tomar para privilegiar a função visual nesta faixa etária em que já se acumulam agressões internas e externas (micro e macro ambientais).
      Uma ajuda extra (ao bom funcionamento dos olhos)com certeza só fará bem, não acha?

      Tenho certeza de que ela ficará bem!

      Espero poder ter sido útil.

      Abs,

      Elizabeth

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  7. Dra. Elizabeth,

    Parabéns pelo Blog. É ótimo, muito esclarecedor.
    Cara Dra. preciso de sua ajuda.Meu pai tem 88 anos e há muitos anos teve dmri em um dos olhos. Agora há 3 anos a dmri atingiu o outro olho e desde então vem fazendo aplicações com Avastim. Não teve nenhuma melhora, pelo contrário, ler jornal, assistir Tv, ver horas no relógio, são atividades que não consegue mais desenvolver. De uns tempos prá cá o médico que o acompanha falou da necessidade de realizar cirurgia da catarata, porém, a mesma só poderia ser realizada quando a dmri estivesse mais controlada, sem a presença de líquido/fluido. Após o último exame de OCT diagnósticou que agora seria momento oportuno de realizar a cirurgia da catarata. Gostaria de saber, baseado nos seus conhecimentos e na sua experiência se ele pode fazer a cirurgia da catarata, se isso pode lhe trazer algum ganho. O médico que faz o seu acompanhamento acha que conseguiria um ganho na visão e, consequentemente, na qualidade de vida. Mas, existe algum risco? Pode piorar a dmri, ou ,nessa idade e depois de tanto tempo em tratamento, vale apena realizar a cirurgia. Por favor, precisamos de uma luz…
    Aguardo sua orientação. Muito Obrigado.
    Celso

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    1. Celso,

      Obrigada pela visita e pelo incentivo.

      Quanto às suas dúvidas, elas são as de todos nós, médicos (que monitorizamos e tentamos alivio sintomático ou retardo na evolução da DMRI) e pacientes (que convivem com a doença que antigamente se chamava degeneração macular senil e era menos prevalente do que hoje).

      Idoso com quadro de evolução assimétrica de DMRI. Presumo que o primeiro olho atingido tenha perdido a visão central e o olho que se deseja submeter à facectomia (cirurgia de catarata) seja o olho que ainda tem alguma visão, por mais comprometida que esteja. Atividades tanto para longe (ver TV, por exemplo) quanto para perto (leitura) podem ser beneficiadas pelo uso de artefatos ópticos diversos (visão subnormal). Não são de fácil adaptação, mas podem ser bastante úteis em alguns casos. Não sei se já foram oferecidos estes recursos.

      Com certeza a catarata é mais um fator de comprometimento da visão já bastante prejudicada pela DMRI. Por outro lado, o cristalino é a proteção natural do olho em relação a um dos fatores causais da DMRI (luz e UV) em que basicamente deve-se evitar a exposição à luz natural (solar) e/ou artificial e a baixa oxigenação dos tecidos retinianos (ambas situações provocam maior produção de radicais livres).

      A idade já reduz por si só o aporte de oxigênio pela diminuição da qualidade de irrigação dos tecidos. A cirurgia, nos segundos de exposição intensa à luz do microscópio (após a fragmentação e aspiração do córtex cristaliniano) e na ativação da resposta inflamatória do olho em resposta ao procedimento invasivo pode contribuir negativamente na evolução da DMRI. Esta hipótese é real. Mas também pode haver por um tempo (maior ou menor) uma melhora na qualidade da visão pela remoção de uma das causas da baixa visual (a catarata).

      “Após o último exame de OCT foi identificado este momento como oportuno para a cirurgia da catarata. O médico que faz o seu acompanhamento acha que conseguiria um ganho na visão e, conseqüentemente, na qualidade de vida”. Com certeza o oftalmologista dele, através do acompanhamento da evolução da catarata e da DMRI é capaz, mais do que qualquer outro profissional, de avaliar o possível ganho em relação à cirurgia.

      “Gostaria de saber, baseado nos seus conhecimentos e na sua experiência se ele pode fazer a cirurgia da catarata…se existe algum risco…se pode piorar a dmri?” Sou oftalmologista clinica. Mas baseio minha opinião na experiência com pacientes portadores de catarata e DMRI e na literatura disponível a respeito. A cirurgia de catarata não está formalmente contra-indicada em pacientes com DMRI. A opção pela cirurgia vai depender do conhecimento prévio do olho (nesses três anos de evolução da DMRI, à biomicroscopia o cristalino mostrou piora significativa da opacificação?). Ou ainda, se a qualidade das fotos obtidas em retinografias e angiografias do olho não foi alterada de forma importante,o desempenho ruim da visão pode ser imputado de forma significativa à DMRI e menos à catarata. E também da experiência do cirurgião (quanto menor o tempo de duração da cirurgia e de exposição do pólo posterior do olho (retina e coróide) à luz, menor o potencial negativo pós-operatório em relação à evolução da DMRI.

      “…se isso pode lhe trazer algum ganho…” Em teoria sim, é claro. Um dos fatores relacionados à baixa visual será removido cirurgicamente. Apenas não se pode ter certeza a curto,médio ou longo prazo que o beneficio será real e/ou duradouro.

      “ou, nessa idade e depois de tanto tempo em tratamento, vale apena realizar a cirurgia?” Não existe idade para o beneficio da qualidade de vida. Merecemos envelhecer com mais dignidade e a deficiência visual limita muito o dia a dia do indivíduo. Mas confesso que se eu tivesse que decidir a respeito da cirurgia num caso desses eu dividiria minhas dúvidas e apreensões com o paciente e familiares. Porque afinal é uma decisão difícil para qualquer um de nós, como já disse. Trata-se de olho único (continuo presumindo que o outro olho perdeu a visão central) e a limitação futura pode ser maior do que já é tanto pela possível aceleração da DMRI quanto pela própria evolução (esperada devido ao envelhecimento) do quadro macular.

      Deve ser avaliada a expectativa de vida em relação às outras doenças que ele tenha (a curto prazo é mais provável que o beneficio da cirurgia seja mais efetivo).O perfil psicológico e a higidez mental do paciente também devem ser levados em consideração. Ele deve participar ativamente do processo. Deve entender e aceitar os riscos se optar pela intervenção, torcendo para que o benefício seja real e dure tempo suficiente.

      Espero ter sido de alguma ajuda e desejo o que for melhor para o seu pai. Fico por aqui torcendo por ele! Converse com o oftalmologista dele, coloque suas dúvidas e apreensões e tenho certeza que terão o apoio necessário para decidir a respeito.

      Abs,

      Elizabeth

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  8. olá Drª, tenho miopia e fui fazer um exame de vista pois achava que o meu grau tinha aumentado pois minha vista estava embaçada para ver de longe. Para minha surpresa o meu grau passou de 1,0 para 1,25 eu achava que seria bem mais.Porém a médica quando fez o exame de fundo de olho observou uma escavação no nervo optico e me questionou se eu tinha alguém na família com Glaucoma,fiquei desesperada pois não tenho ninguém da minha família com essa doença e tenho apenas 30 anos.Ela pediu que eu fizesse uma campimetria e uma retinografia.Os fiz, e a campimetria deu normal porém a retinografia deu uma escavação de 0,5 no olho D e 0,4 no E e mais nenhuma alteração, a pressão do meu olho também esta normal.Levei o resultado p médica e ela me disse que tá tudo normal que eu tenho ki voltar p ela só daqui a um ano.Affy estou angustiada um ano sem nenhum tratamento e se for glaucoma bem no inicio,e se essa escavação aumentar um ano pode ser muito tempo me esclareça isso.Teria outro exame que eu possa fazer fora os ki eu já fiz ki diagnostiquem o glaucoma bem no inicio.

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    1. Bom dia, Danny!

      Desculpe a demora em responder.

      Visão embaçada para longe…queixa frequente do míope cada vez mais nos consultorios e às vezes mesmo antes de um ano de intervalo entre consultas. O uso frequente do computador (e celulares,ipads e outros equipamentos da modernidade) faz com que a distancia focal de perto seja muito mais solicitada que antes. O “aumento” da miopia ou a sensação de piora da visão de longe (principalmente à noite, após um dia inteiro de trabalho) é fruto da acomodação do olho à distancia solicitada intensamente – de perto. Então para dirigir ou ver o numero do onibus à noite fica mais dificil, com certeza! Mas será que devemos aumentar sempre o grau dos óculos frente e esta exigencia? Isso altera o ritmo (e frequencia) de ajustes de grau que deverão ser feitas no futuro? Provavelmente sim. Se a cada uma hora de trabalho alterarmos o foco, mantivermos o olhar dirigido a um ponto bem longe da mesa de trabalho (qualquer imagem que necessite mais detalhamento do que simplesmente observar uma nuvem no céu…), já estaremos ajudando a diminuir a queixa visual proveniente do uso excessivo da tarefa discriminativa visual para perto (leitura no papel e na tela).

      Quanto ao glaucoma, vamos esquecer um pouco a doença em si e falar sobre estatisticas médicas e prevenção,ok?

      Nós médicos cumprimos o nosso papel quando ao analisarmos cada individuo, observamos todos os fatores de risco pertinentes a cada doença degenerativa (que acontece mais frequentemente com o passar dos anos,no envelhecimento do organismo) conhecida e/ou mais comum. Com certeza é isso que se espera de nós. Até para podermos orientar o paciente no sentido de como evitar ou retardar aquele processo mais comumente visto em outras pessoas como ele (ou melhor, com aquelas caracteristicas -ou sinais- que estatisticamente são mais prevalentes, mais comuns nos portadores das doenças analisadas).

      A idéia não é gerar pânico! Pelo contrário… é ajudar.

      Mas como muitas vezes nos atemos à investigação (propedeutica) médica e nos esquecemos de inserir a informação no contexto em que ela deve ser analisada, voces, pacientes, ficam com mais dúvidas do que tinham antes da consulta e por vezes,amedrontados. O medo é o pior inimigo da prevenção porque ele gera ansiedade, que por sua vez aumenta o risco do adoecimento (ansiedade é pró-inflamatória e hoje sabemos que o “estado inflamatório do organismo” é a base do adoecimento desde a esclerose vascular até o cancer).

      Saber que somos portadores de alguns fatores de risco para determinadas doenças deve servir como alerta e despertar em nós a vontade de conhecer mais a respeito de como retardar ou evitar o aumento do risco, através de intervenções permanentes no estilo de vida de cada um. Se eu fosse voce pensaria em como reduzir meu risco por exemplo aumentando a atividade física, me informando como evitar a doença vascular (parceira do glaucoma) e a ansiedade exagerada.

      Hoje o determinismo genético foi substituido pela consciencia de que não apenas os gens (no seu caso o tipo de nervo óptico) definem o adoecer ou não. Os fatores ambientais externos e internos (qualidade de vida de cada um) têm uma grande parcela na evitação ou aceleração das doenças.

      Além do mais, os exames definem a existencia da doença mas o intervalo entre saúde e doença é maior do que podemos supor e é aí que perdemos tempo analisando apenas a presença definida e irrefutável da doença, quando poderiamos tê-la retardado ou evitado com medidas para contrabalançar o quesito negativo e transformá-lo apenas no que é em realidade: um único fator de risco em meio a vários outros e que pode ser minimizado através de muitas outras intervenções. O bom senso é sempre o caminho do meio: o equilibrio.

      Fazer exames para ter um diagnostico precoce sim. Mas principalmente entender e fazer o que for preciso para evitar a doença.

      A campimetria e a retinografia solicitados pelo seu médico têm o objetivo de estabelecer um parametro basal para futuras comparações que servirão para identificação do momento em que se confirma a doença (atraves de mudanças nos exames). Mas não significa que necessariamente voce terá este diagnostico. E lembre-se: um único exame não faz diagnostico nenhum,não existe exame melhor ou mais sofisticado. O conjunto de informações dos vários exames disponiveis (campo visual, avaliação do nervo óptico e retinografia, PIO, curva tensional diária, teste de sobrecarga hídrica e exames de imagem do nervo -HRT e/ou OCT) é que esclarece se existe ou não doença. Não se medica um individuo porque o campo visual ou o OCT mostra alguma alteração. O acompanhamento é a única forma do médico ter certeza de que voce precisa de tratamento ou não.

      Imagine se toda filha cuja mãe teve cancer de mama fizesse mastectomia para “evitar” a doença…ou que toda mulher com ovarios policisticos fosse medicada com hipoglicemiantes para tratar um diabetes que ela ainda não tem apenas porque estatisticamente elas têm fator de risco maior para desenvolver resistencia à insulina (com a idade).O que se deve fazer, em ambos os casos é informar a respeito das possibilidades e contribuir para que a mulher conheça os riscos e ajude a adotar estrategias preventivas. Parece pouco…mas é o que deve ser feito.

      Fazendo uma analogia,se me permite, nós deixamos de viver alegrias e ter sensações boas e momentos intensos, mesmo sabendo que somos mortais e não tendo a menor idéia de quanto tempo viveremos, cada um de nós? Não… apenas vivemos um dia de cada vez, da melhor forma que encontramos e fazendo o possivel ( e que está ao nosso alcance) para prolongar nossa vida,não é mesmo?

      Portanto Danny o meu conselho a voce só pode ser um!

      Mantenha-se saudável, visite regularmente seu oftalmologista e tente (mesmo!) manter a ansiedade longe da sua vida,ok?

      Abs,

      Elizabeth

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  9. oi. Tenho um problema nos olhos desde que nasci. Ele fica mexendo involuntáriamente sem parar. Tambem sou estrabico. Gostaria de saber o nome desse movimento e se existe correção. Obrigado.

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    1. Dexter,
      Os olhos se mexem…e nao as palpebras. Nistagmo é o nome que se dá aos movimentos involuntarios dos olhos.Existem vários tipos e
      causas.Se voce é estrabico seu oftalmologista já deve ter conversado a respeito com voce; tanto o estrabismo quanto o nistagmo podem
      ter a mesma etiologia (origem).

      Quanto à correção, se a posição de tentativa de bloqueio do nistagmo (movimento face e/ou pescoço) que voce adota não for socialmente
      tolerável (do seu ponto de vista),procure um estrabólogo e um neuro-oftalmologista para diagnostico etiologico e para ouvir as possibilidades terapeuticas. Não são muitas e o prognóstico é reservado.Mas se voce quer conhecer suas alternativas esse é o caminho.
      Identificar o tipo de nistagmo e avaliar risco/beneficio das alternativas disponiveis para compensar o seu nistagmo.

      Abs

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    1. Boa noite, Nilton!

      O objetivo desse blog é promover a facilitação de informação em saúde ocular. E bàsicamente orientar o individuo a manter a qualidade visual na senilidade através da promoção de saúde (viés oftalmológico) desde cedo.
      A aba “dúvidas em oftalmologia” remete a um grupo (Google groups) de discussão de temas (ainda) não postados aqui, caso o leitor tenha necessidade.

      A não divulgação do endereço comercial no blog atende à necessidade de ausência de “conflito de interesse”. Caso precise da indicação de um oftalmologista em sua região ou bairro avise, e terei muito prazer em orientá-lo.

      Sou médica oftalmologista, no Rio de Janeiro, inscrita no Conselho Regional de Medicina sob nº 52.25655-9

      Atenciosamente,

      Elizabeth Navarrete

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  10. Boa noite Dra.Elizabeth,

    Meu nome é Humberto e minha mãe esta com uma baixa continua de visão. A aproximadamente seis meses minha mãe com 71 anos de idade começou a sentir a visão ficar embaçada escura e sentir fotofobia,os sintomas começaram lentamente mas de forma progressiva,marcamos então um oftalmologista que logo constatou uma pequena catarata,mas que não justificava tamanha baixa de visão não sendo necessário operar.Buscamos outros médicos para saber qual a opnião e encontramos um medico que nos incentivou a operar a catarata .A cirurgia foi realizada no dia 22/07/2011
    e mesmo após a cirurgia os sintomas continuaram, voltamos no médico que realizou a cirurgia e nos pediu vários exames (curva tencional de área, retinografia, fundo de olho, campimetria) os resultados estão dentro do normal, então nos encaminhou para um neuro que por sua vez nos pediu mais alguns exames (RM Crânio e Órbita, sangue, RM Coluna Cervical) os resultados também estão dentro do normal. Como possível diagnostico o médico fala em seqüela de Neurite com Retinopatia Hipertensiva e fundo de olho pálido.Em 13/09/2011 exame apontou AVCC 20/40 agora 22/09/2011 aponta 20/50.Gostaria de saber que mais podemos fazer pois o problema progride e nenhum médico nos da um diaguinostico definitivo ou um possível tratamento.

    Grato pela atenção
    Humberto

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    1. O relato clínico é reticente. Foi embaçamento súbito? Ao acordar? Queixava de escurecimentos transitórios da visão antes do episodio de embaçamento atual? Faltam dados.
      Mas se o diagnostico de suposição é a neurite óptica, mais precisamente uma neurite óptica não arterítica (NOIA-NA), dados a respeito da visão de cores, das pupilas, da análise seqüencial comparativa da campimetria visual (pelo menos dois exames consecutivos) também faltam…
      Ela faz uso crônico de algum medicamento (p.ex. deflazacort, tamoxifeno,etambutol) que tem como possível efeito colateral a neurite óptica? Que doenças crônicas ela apresenta? Diabetes, hipertensão arterial, aterosclerose ,hipotensão arterial noturna importante (observada no exame de monitorização arterial ambulatorial da pressão arterial – MAPA) , doença carotidea (obstrução fluxo em artérias carótidas e/ou vertebrais).
      Ela tem discos ópticos pequenos (“crowded”)? Em 30% dos casos (NOIA-NA) pode haver priora gradual da visão (mesmo) após o episodio agudo. Exames de proteina-C reativa e VHS elevados?
      O exame de potencial evocado visual (PEV) evidencia possível doença do nervo óptico ao detectar defeito de condução da informação (fibras nervosas) até o cortex visual (occipital).
      Uma vez confirmada a NOIA-NA deve ser feita a prevenção do acidente no olho contra-lateral . E se há hipertensão arterial, deve-se monitorizar o tratamento (cardiologista e oftalmologista em conjunto) para não diminuir excessivamente a oxigenação do nervo óptico. A hipotensão arterial noturna pode ser um desencadeante da NOIA-NA.
      Você fala em seqüela de neurite e em retinopatia hipertensiva (o fundo de olho pálido poderia ser secundário à neurite). A falta de oxigenação do nervo óptico por interrupção ou redução importante do fluxo sanguíneos nas artérias que irrigam e nutrem o nervo costuma ser o mecanismo desencadeante da NOIA. As alterações vasculares costumam afetar mais freqüentemente nervos ópticos muito pequenos, anatomicamente predispostos a esse tipo de acidente. Uma infecção crônica, alteração na forma das plaquetas, obstrução na carótida do mesmo lado do olho que apresentou a neurite são alguns dos fatores que podem ter desencadeado a doença.

      Como tenho dito anteriormente,a especulação baseada em sintomas apenas, sem examinar o paciente não é a melhor conduta ou forma de ajudar. O ambiente virtual serve apenas à orientação.Converse com o oftalmologista responsável pelo caso e coloque suas dúvidas. Tenho certeza de que ele esclarecerá todas elas e o orientará a respeito da melhor forma de conduzir o tratamento da sua mãe.

      Espero ter ajudado.

      Abs,

      Elizabeth

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    2. Humberto,

      O que eu poderia acrescentar ao que já foi dito é que: a neuropatia óptica isquemica anterior (mais frequente) ou posterior é evento que acomete individuos com doença microvascular ou no pós-operatorio de doenças cardiacas ou de coluna vertebral.Pode ocorrer hipóxia (redução do fluxo sanguineo) na hipotensão arterial severa, no choque (dengue hemorragica) ou mesmo pós-viral. A apnéia do sono aumenta as chances do episódio de sofrimento vascular. O tratamento é ainda controverso; a doença apresenta uma evolução natural e na maioria das vezes melhora (e não piora) apos evento inicial.Em alguns casos, mas não é regra. Se existem alterações na forma ou tamanho das plaquetas (celulas sanguineas) aumenta a dificuldade da “circulação” do sangue e essas alterações podem contribuir negativamente. Para evitar evento semelhante no outro olho costuma ser prescrito um anti-agregante plaquetario. A investigação sistemica (clinica e não apenas oftalmologica) é imperativa para fazer a prevenção da doença no olho contra-lateral.

      É importante daqui para a frente lembrar sua mãe de que o controle da doença microvascular é essencial para que outros fenomenos isquemicos (não apenas oftalmologicos) não ocorram.E é sempre bom lembrar que em se tratando de neurite (o diagnostico ao qual voce se referiu), o resultado funcional (20/50) é considerado BOM. Removendo possiveis fatores predisponentes ou melhor, que possam contribuir para a falta de oxigenação, provavelmente a visão não piorará. Mas a neurite óptica isquemica é a expressão aguda de um provavel regime de hipóxia relativa (cronica) caracteristica da doença microvascular. O controle após o episodio agudo é feito com incentivo ao combate do sedentarismo, reavaliação dietética, melhor controle (medicamentoso) da doença hipertensiva com o cuidado de avaliar possivel hipotensão arterial noturna importante (situação que diminui muito a irrigação do nervo óptico).

      Como já disse antes, converse com o medico assistente. Ele com certeza já falou sobre o que comentamos aqui. Mas se ainda existem dúvidas retorne a ele e esclareça. Entendendo o que provavelmente aconteceu fica mais fácil lidar com a perda funcional e buscar melhorar a situação clinica para evitar mais incidentes (oftalmologicos ou não).

      Abs,

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  11. Prezada,

    Parabéns pelo blog, é sempre bom termos essas fontes para esclarecermos dúvidas e adquirirmos conhecimentos.
    Gostaria , por favor de uma informação, tenho glaucoma e faço uso do xalatan.
    O que gostaria de saber é se há necessidade da apicação deste colirio em um determinado horário, ex. sempre as 23 h , ou se o tempo entre uma aplicação e outra tem de ser de 24 h. Tenho certa dificuldade em manter um horário determinado para o uso do medicamento, por isso minha dúvida.

    Desde já agradeço.

    Agostino Molinaro

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    1. Agostino,

      Conforme a bula, o Xalatan tem seu pico de ação em 12 horas depois de instilado e mesmo após 24 horas ainda mantém a redução da PIO em niveis terapeuticos.Tanto que os pacientes são instruidos a aguardarem o horario da nova instilação na eventualidade de esquecerem de uma tomada.

      A periodicidade orientada (sempre no mesmo horário, à noite) é mais uma tentativa de manter a rotina e evitar o esquecimento do uso.Voce sabe que, assim como em outras doenças cronicas, o glaucoma ainda apresenta um baixo indice de adesão ao tratamento.

      Se voce tem dificuldade em manter o horário, programe-se para outro nivel de rotina que não a hora, mas uma atividade,por exemplo a hora de ir dormir (se ela for uma constante razoavel).

      Vai depender também da gravidade da doença de cada um.Da perda funcional já existente e da variabilidade diuturna da PIO em cada individuo. Cada caso é um caso. Converse com o seu oftalmologista.

      Mas, em linhas gerais, sim…basta a certeza da instilação diária.Sempre à noite e apesar de não ser necessária a observação rígida das horas (como nos antibioticos), que se mantenha mais ou menos o horario p.ex. nas duas horas antes de dormir ou uma hora depois de jantar. Qualquer referencia mais constante que voce possa encontrar.

      Espero ter ajudado.

      Abraços,

      Elizabeth

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