A depressão causa moscas volantes …ou seriam os anti-depressivos?
O que veio primeiro, o ovo ou a galinha?
Como já expliquei aqui em outro post, o olho sinaliza para o cérebro (através de alt. bioquímicas e condução de impulsos elétricos) a informação do ambiente externo (a realidade que vemos no dia a dia) e muitas vezes também do ambiente interno (que se passa no nosso organismo). Esse segundo “input” não deveria acontecer. O equilibrio nas relações bioquimicas olho-cerebro garante que sejam bloqueadas essas “visões”. Em alguns momentos porem, isso não acontece e passamos a identificar (e nos incomodar) com essa visão “extra”.
Os antidepressivos têm na bula como efeito colateral as moscas volantes. Mas não há informação a respeito da causa primária. O desequilíbrio dos neurotransmissores (causado pela medicação ao modificar a relação entre as varias substancias que circulam e modulam as atividades cerebrais) parece ser a causa das moscas volantes relatadas nesses pacientes. Mas é preciso notar que ainda não se reconhece a desorganização vítrea como resultado da alteração bioquímica cerebral. O que hoje podemos afirmar é que essa alteração poderia causar um desbloqueio dos mecanismos inibitórios da visão do ambiente interno levando ao aumento da capacidade de ver os floaters e/ou aumento da intensidade do sintoma (que poderia já exisitir anteriormente).
Então o uso do inibidor de recaptação da serotonina não produziu as moscas volantes, mas deu visibilidade ao sintoma antes não percebido como incomodo (por que em menor intensidade ou freqüência). A causa do floater segundo conhecimento adquirido até hoje é estrutural e ocular (alteração na constituição vítrea).
Como descrito num site sobre floaters no link http://www.aboutfloaters.com/depression.htm
“…alguns médicos acreditam que com o tempo o cérebro pode realmente aprender a ignorar as moscas volantes e impedir que as vejamos…se o cérebro pode, de fato, aprender com o tempo a ignorá-las através de mudanças na química encefálica, a forma de lidar com a depressão se torna muito importante para evitar causar um desequilíbrio desses neurotransmissores…”
Pode ser que amanhã se descubra que a própria alteração bioquímica que pode gerar os sintomas depressivos seja a mesma que altera a composição do gel vítreo e inicie o processo (degeneração fibrilar, sinérese, cavitação, DPV) que culminará com o aparecimento das moscas volantes ou floaters.
Mas hoje isso é apenas especulação!
A droga 5HTP (triptofano), é um precursor da serotonina, porisso tem efeito antidepressivo quando metabolizado, na medida em que é capaz de aumentar a concentração deste neurotransmissor no cérebro. Aqui não se discute o uso da droga como alternativa ao tratamento de qualquer tipo de depressão . Este não é o foro adequado, nem o oftalmologista trata a doença depressiva. Apenas se vê ,de vez em quando, às voltas com os efeitos colaterais do tratamento (seja olho seco, dificuldade visual na leitura para perto ou mesmo a intensificação (ou aparecimento) de moscas volantes.
Apenas considero que qualquer que seja a via usada para aumentar a concentração cerebral de serotonina ela será capaz de desencadear os sintomas visuais, ao promover o desequilíbrio dos outros neurotransmissores.
Na necessidade temporária de aumentar a serotonina, os sintomas ou sinais que advém desta prática serão avaliados e minimizados através das estratégias cabíveis.
O blog se destina apenas a informar, na medida do possível. Não pretende substituir o médico oftalmologista, nem o neuropsiquiatra e muito menos ratificar ou contrariar esta ou aquela linha de conduta terapêutica (oftalmológica e/ou clinica).
Leia mais sobre moscas volantes nos links:
https://elizabethnavarrete.com/2012/01/19/convivendo-com-os-floaters-ou-moscas-volantes/