tratamento

medicina

DMRI: a prevenção é possível…

A degeneração macular relacionada à idade(DMRI) é a causa mais comum de perda visual irreversível em indivíduos acima de 50 anos!

Assim como todas as outras doenças crônicas degenerativas que se tornaram epidêmicas neste século, a DMRI tem fatores de risco modificáveis como o hábito de fumar, uma alimentação pobre em frutas, legumes e verduras (fontes de micronutrientes essenciais ao metabolismo celular retiniano). Além de ambiente anaeróbio estimulado pelo sedentarismo. Esse ambiente pró-inflamatório promove mudança no metabolismo local.

Como consequência, as alterações degenerativas do envelhecimento são aceleradas e maximizadas.  Dependendo da história metabólica de cada indivíduo, do tipo de agressão crônica a que esteve submetido durante a vida, a evolução do quadro é bem variável. A forma úmida é bem menos comum que a seca.Com isso, o prognostico melhora.

DMRI SECA (DRUSAS CONFLUENTES)

dmri forma seca

 

Mas segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) existem mais de 180 milhões de pessoas em todo mundo apresentando algum grau de deficiência visual (mais de 50 milhões de pessoas legalmente cegas, que não podem sequer se locomover sem ajuda).

DIRIGIR COM DMRI

a perda visual na DMRI é central, ao contrario da perda visual na doença glaucomatosa

 

 

ESTUDO AREDS   “Age-Related Eye Disease Study”   http://elizabethnavarrete.com/tag/areds-2/

O INH, INSTITUTO NACIONAL DE SAÚDE, DOS EUA PUBLICOU DOIS ESTUDOS (AREDS 1 E 2) SUGERINDO PROTOCOLO DE SUPLEMENTAÇÃO PARA USO EM INDIVIDUOS QUE JÁ TÊM DIAGNOSTICO DE DMRI seca OU QUE TêM FAMILIARES DIRETOS COM  DOENÇA.

NÃO É RECOMENDADA SUPLEMENTAÇÃO PARA PREVENÇÃO DE DMRI; E SIM NA TENTATIVA DE RETARDAR A EVOLUÇÃO DA DOENÇA!
VITAMINA C 500MG
VITAMINA E 400UI
OXIDO DE ZINCO 80MG
AC.CUPRICO (COBRE) 2MG
OMEGA 3 (OLEO PEIXE) 1G epa180mg : dha 120mg)
LUTEINA+ZEAXANTINA 10MG
AINDA CONTROVERSOS OS RESULTADOS DO AREDS E DE OUTROS ESTUDOS COMO O LUNA (12MG LUTEINA+1MG ZEAXANTINA) E O POLA (FRANCES)  QUE TAMBEM SUGERIU PAPEL PROTETOR DAS XANTOFILAS PRINCIPALMENTE A ZEAXANTINA CONTRA A DMRI.
POREM OUTROS ESTUDOS não FORAM CAPAZES DE MOSTRAR CORRELAÇÃO POSITIVA ENTRE suplementação de luteina e zeaxantina e beneficios na prevenção da dmri.
O consenso hoje é suplementar em casos drmi seca (categorias 3 E 4).

SOBRE A SUPLEMENTAÇÃO:

Existem complicações (efeitos negativos potenciais) com uso indiscriminado de antioxidantes. Altos níveis de suplementos antioxidantes têm o potencial de promover o desequilíbrio dos mecanismos fisiológicos de homeostase e se tornarem pró-oxidantes aumentando o risco das doenças crônicas degenerativas, as mesmas que se pretende prevenir com a suplementação!

Por isso volta e meia surgem publicações a respeito de excesso de vitaminas e câncer, excesso de minerais e arritmias, doenças cardiovasculares…e por aí vai.

Ainda há muito o que aprender…ainda não temos um consenso fidedigno baseado em evidencias.

 

CAROTENOIDESOVO E LUTEINAFOLHOSOS E LUTEINA

A ingesta de vitaminas e minerais, pela absorção ativa dos micronutrientes in natura, através de uma alimentação mais saudável é a melhor forma de manter níveis plasmáticos de antioxidantes!

Outro fator importante a se considerar é que quanto mais alto o HDL, maior é o transporte de luteína para a retina, onde ela é tão necessária! O mesmo acontece com a zeaxantina.

As três melhores fontes de luteína e zeaxantina na categoria de vegetais de folhas verdes são a couve, o espinafre e o repolho. Outras fontes: brócolis, pimenta alaranjada, pimenta vermelha, gema de ovo (quanto mais alaranjada for a gema, maior a quantidade de carotenoides)

Em relação aos temperos, a salsa e manjericão além da páprica são excelentes opções! E se usarmos junto com pimenta vermelha maior a quantidade de luteína e zeaxantina absorvida!

Principais fontes de zinco são ostras, gérmen de trigo, carne vermelha e fígado de boi. Fontes de cobre são as ostras e fígado.

Veja mais sobre alimentos que são  fontes naturais de carotenoides (luteina e zeaxantina) em http://www.ehow.com.br/alimentos-ricos-luteina-zeaxantina-lista_206210/

 

As fontes de ômega 3 são principalmente os peixes de agua fria, ricos em EPA e DHA, ácidos graxos de cadeia longa, do grupo ômega 3 (salmão, sardinha, cavalinha, etc).

O salmão criado em cativeiro tem mais ômega 6 do que ômega 3. Por isso a suplementação de ômega 3 tem sido mais discutida e deve ser bem avaliada a origem do ácido graxo.

 

A prática de exercícios aeróbios é capaz de ajudar a aumentar o HDL plasmático e, com isso (entre outros fatores), ajuda a evitar e/ou reduzir a gravidade da DMRI. Assim como em todas as outras doenças degenerativas cronicas, prevenir é possível…e é o melhor remédio, SEMPRE!

Vamos lá!

MOVIMENTE-SE!

www.euemmovimento.com

 

 

 

Publicidade

O médico, o paciente e a ansiedade do diagnóstico precoce!

Acertando mais ou errando menos?
Será que a ansiedade, tanto do médico quanto do paciente é benéfica ou atrapalha mais do que ajuda?

“Recentemente fiz alguns exames para afastar ou não o diagnóstico de glaucoma. Ainda vou saber os resultados. Espero que a médica seja precisa”…disse uma internauta em comentário a um texto no blog.

O texto é “Entendendo o glaucoma” e relata a dificuldade do diagnóstico fidedigno e a importância da assertividade dele, diagnostico, na evolução da doença e na saúde ocular futura do doente. Não deve haver tanta pressa no diagnóstico! Deve-se priorizar a ratificação dele por meio de monitorização clinica seqüencial em vez de, por causa da ansiedade do paciente e do médico, iniciar um tratamento “preventivo” (que de preventivo não tem nada..é tratamento e ponto final). Uma intervenção precoce que muitas vezes não é benéfica para o paciente, principalmente no longo prazo.

Melhor é ter paciência, sempre: devagar se vai ao longe, não é mesmo?

Além do mais, em doenças crônicas degenerativas como o glaucoma, o tempo está a nosso favor! Exceções existem claro. Mas cabe ao médico identificá-las e ser o mais honesto possível com cada paciente.
Cada caso é um caso, é sempre bom lembrar!

Em Medicina não existe certeza absoluta. A arte de curar não é uma ciência exata como a Matemática. Nós médicos bem que gostaríamos que fosse tão mais “fácil”! Mas não existe receita de bolo na prática clínica diária.

Cada paciente é único em sua individualidade bioquímica. E conseqüentemente na forma de apresentação da doença, no desenvolvimento de sintomas e na resposta terapêutica.

E isso é um processo dinâmico: muda a cada fase da vida do individuo.

Na relação médico-paciente nós identificamos o perfil de cada um e, na maioria das vezes, somos capazes de dar a cada um o que ele precisa, visando o entendimento possível do processo de adoecimento e a manutenção (sem estresse) do equilíbrio a ser alcançado para frear a progressão da doença.

A cada um dizemos o que ele pode entender (e ouvir). Como no dito popular, “ninguém carrega uma cruz maior do que a que pode suportar”. E isso deve fazer parte do oficio do médico: entender (e aprender a conhecer) cada paciente e dar a ele o que ele precisa (do ponto de vista físico, mental e emocional).

A Medicina pode ser muito gratificante!

E mais ainda, dá ao médico a oportunidade de experimentar o prazer que é poder contribuir para o bem estar do outro. Dito assim pode soar piegas, mas a Medicina é uma profissão que claramente ajuda o médico: ela facilita a imersão concreta no autoconhecimento, na dimensão espiritual do ser e como dizia o pai da Homeopatia, Samuel Hahnemman, ajuda o individuo a identificar e alcançar “os mais altos fins de sua existência”.

A suplementação na DMRI…no tratamento ou também como prevenção da doença?

A suplementação de vitaminas e sais minerais na DMRI. Como tratamento apenas ou também na prevenção da doença?

Comentário que gerou o post:

“Meu pai, com mais de 80 anos, tem DMRI tipo seca.

Os médicos alegam nada ter a fazer, sendo que um deles acha desnecessário vitamina (que só serviria como medida preventiva da doença).

Assim, qual é o melhor suplemento para PREVENIR  e qual o melhor para RETARDAR a degeneração macular relacionada à idade?”

 

 

A suplementação de vitaminas e sais minerais como coadjuvante do tratamento da DMRI foi avaliada inicialmente através do AREDS (National Eye Institute).Hoje é universalmente utilizada mas ainda não é consenso. Novos estudos (com valores diferentes para zinco e betacaroteno além de suplementação de novos itens- luteína,zeaxantina e Omega 3) estão sendo realizados. Daí surgirão novas diretrizes.

A conclusão do estudo anterior (AREDS1) mostrou que a combinação dos antioxidantes conforme formulação reproduzida abaixo, diminuiu o risco de progressão para a forma avançada da DMRI em 25% e reduziu o risco de diminuição da visão em 27%, durante o período em que foi estudada a população.

FORMULAÇÃO AREDS:

Vitamina C 500 mg

Vitamina E 400UI

Beta-caroteno 15 mg (ou Vitamina A 25000 UI)

Oxido de zinco 80 mg = 64mg Zn

Oxido cúprico 2 mg

OBS: O cobre foi adicionado à formulação AREDS  para prevenir anemia por      deficiencia de cobre, condição associada à ingesta de altas doses de zinco.

Portanto, atualmente recomenda-se que pacientes com mais de 55 anos, não-fumantes, portado res de formas intermediárias ou avançadas da DMRI, sejam tratados com suplementa ções vitamínicas baseadas no AREDS.

Leia mais em http://www.abonet.com.br/abo/693/443-445.pdf

Além da suplementação de vitaminas e sais minerais outros trabalhos mostraram que a suplementação de luteína e zeaxantina pode ser bastante útil na DMRI. E como faz sentido, uma vez que com o envelhecimento diminui a quantidade desses pigmentos na mácula e com isso fica reduzida a sua capacidade de lidar com a agressão dos radicais livres (gerados também pela fototoxicidade), é o que fazemos hoje (AREDS e luteína)!

Mas aqui vão alguns pontos sobre os quais ainda ouviremos falar bastante:

 

  • Alguns estudos recentes (em andamento) associam a ingesta de carotenóides em altas doses com diminuição da produção de HDL, aumento de LDL e maior risco de cardiopatias.
  • Portadores de DMRI,em risco de progressão, podem se beneficiar com uma mudança de hábito alimentar (redução de ingesta de carboidratos refinados).
  • Pacientes com DMRI,ou sinais precoces da doença, podem se beneficiar do uso de suplementos conforme estudo AREDS. Mas os danos potenciais vinculados ao uso de altas doses de anti-oxidantes não devem ser esquecidos. Incluem-se o aumento do risco de câncer de pulmão em fumantes (betacaroteno), falência cardíaca devido a doença vascular ou diabetes (vitamina E) e alterações urinárias (zinco), além do aumento do risco de cancer de próstata (selênio).
  • O avanço de duas formas da doença, seca e úmida, foi 25% menor entre os que consumiram uma dieta rica em ácidos graxos como o Ômega 3.
  • Um teste clínico mostrou que as pessoas que tomaram 25.000 UI de vitamina A por dia, durante 3 a 4 anos, tiveram um aumento do nível de triglicerídeos e colesterol total, e uma redução do colesterol bom (HDL). Além de aumentar o risco de osteoporose.

AREDS 2:

 

O principal objetivo do AREDS 2 é avaliar o efeito dos pigmentos xantofilicos (luteína e zeaxantina) e/ou ac. graxos poliinsaturados do tipo Omega-3 (DHA e EPA) na evolução da DMRI. Conseguirá evidenciar a redução de progressão da doença? Leia mais em http://www.nei.nih.gov/amd/summary.asp    E conheça as dúvidas sobre altas doses de betacaroteno em fumantes, se altas doses de vitamina E aumentam risco de câncer de próstata e se o uso continuo da formulação  sugerida pelo estudo AREDS previne o desenvolvimento da DMRI?

Para esta ultima pergunta a resposta é não!  A prevenção através de suplementação vitaminas e sais minerais (pelo menos nas doses indicadas no estudo para DMRI) não foi comprovada. O risco seria maior do que o benefício a longo prazo!

A sugestão é de uso da suplementação apenas após o diagnostico da DMRI,mesmo nos indivíduos com história familiar de degeneração macular relacionada à idade. O objetivo a ser atingido no caso de familiares de portadores é o diagnóstico precoce.

Os carotenóides constituem um grupo de pigmentos lipossolúveis naturais que o ser humano não é capaz de sintetizar, necessitando, por tanto, incluí-los na dieta. O consumo de frutas e vegetais entre os ocidentais é ainda muito baixo, apesar da recomendação para se ingerir 5 porções desses alimentos ao dia. A luteína tem ação antioxidante que protege as células contra os radicais livres.  A luz azul visível demonstrou ser prejudicial aos fotorreceptores e ao EPR. A luteína e a zeaxantina demonstraram absorver a luz azul. Os pacientes com DMRI que começaram  a tomar regularmente complexos à base de luteína após o diagnóstico inicial apresentaram retorno dos níveis do pigmento macular aos da faixa normal. Mas o que se frisa é que o consumo dessas substâncias deve estar SEMPRE associado a uma dieta equilibrada e hábitos de vida saudáveis, para que se consiga os efeitos benéficos sugeridos.

Os antioxidantes luteína, zinco e zeaxantina estão presentes em frutas e vegetais como couve, nabo, espinafre, alcachofra, gema de ovo, ameixa, morango, maçã, blueberry (mirtilo), cereja, morango, uva roxa, cenoura e abóbora. Alimentos como feijão, amêndoas e nozes também contêm antioxidantes, embora em menor quantidade. Então na prevenção da DMRI em indivíduos sadios (sem DMRI mas com historia familiar positiva) podemos fazer o aporte nutricional funcional (através de alimentos que contém as substancias necessárias), em substituição à suplementação que a longo prazo pode trazer mais riscos do que benefícios. A biodisponibilidade e o controle orgânico daquilo que é ingerido faz com que o risco de desequilíbrio nutricional e efeitos colaterais indesejáveis seja bem menor na prática da alimentação funcional do que na suplementação.

Em relação aos pacientes com DMRI já diagnosticada, o tipo de suplementação disponível no mercado nacional,disponibiliza as substancias em quantidades bem inferiores aos valores sugeridos pelo AREDS, mas segue, na maioria das vezes a dose máxima diária permitida (ou a ingestão diária recomendada pela ANVISA).

Em resumo:

A DMRI é uma doença degenerativa e como tal, fazer frente a ela significa desenvolver estratégias para reduzir a obesidade e redução dos índices de doenças cardiovasculares, através de mudança de hábito alimentar, evitando o estado pró-inflamatório do organismo e eliminação do sedentarismo. Através do exercício e do suor eliminamos toxinas, nos oxigenamos melhor aumentando o aporte de oxigênio aos tecidos nobres (coração, cérebro, rins, olhos …no nosso caso) através de inspiração  expiração mais bem feitas,durante o exercício, alem de ativar a circulação propriamente dita, aumentando o beneficio de oxigenação ainda mais!)

Outra estratégia é adquirir o hábito de usar  óculos de proteção contra a radiação ultravioleta (100% ou próximo disso, a cor marrom seria de um beneficio maior, por estar numa freqüência de onda  mais longe da dos raios azuis, é o que se sugere..mas qualquer que seja, usar SEMPRE! Esse tipo de proteção é realmente necessário, imprescindível!!

Lembro mais uma vez o Dr. Terry Grossman, falando sobre a DMRI no livro “A medicina da imortalidade” de Ray Kurzweil e Terry Grossman. Editora Aleph,2006:

 “A luteína é um bioflavonoide encontrado naturalmente em muitas frutas e verduras. Ingerir uma dieta rica em luteína e outros bioflavonoides naturais, encontrados em produtos agrícolas de cor viva, pode ajudar a prevenir ou retardar a ocorrência de DMRI… Em alguns grupos estudados, houve uma diferença de até 10 vezes na ocorrência de drusas (…que costumam resultar em DMRI).entre indivíduos que têm as maiores e as menores concentrações de luteína.

E é sempre é bom lembrar também  que cada caso é um caso. A couve, por exemplo,é bastante rica em carotenóides e uma ótima fonte de luteína.Mas pacientes em uso de anti-agregantes plaquetários devem se abster de consumi-la ou pelo menos informar à nutricionista e/ou medico cardiologista seu uso constante, para uma revisão da dose a ser usada da medicação. O alimento bom para uns não é necessariamente ideal para outros. Muitas vezes são até absolutamente contra-indicados!

Conheça mais sobre DMRI lendo outro post neste blog:

https://elizabethnavarrete.com/2010/02/11/dmri-degeneracao-macular-relacionada-a-idade/

Afinal a minha pressão ocular está normal?

Pressão intra-ocular “normal”

O que vem a ser normalidade pressórica? Qual a pressão intra-ocular ideal para cada um de nós?

 Muitos pacientes perguntam se sua pressão ocular é “normal”, se está “boa”, pensando que um número mágico possa distinguir o normal do patológico. Crendo ainda que um único e rígido intervalo de valores possa definir o diagnóstico de glaucoma. Isto está longe de ser verdade.

A faixa de “normalidade pressórica” poderia ser limitada por números entre 10 e 18mmHg (a unidade de referência é o milímetro de mercúrio, assinalada como mmHg). Mas assim como indivíduos com pressão arterial em limites inferiores ao clássico “12 por 8” (120mmHg de  pressão sistólica e 80mmHg de diastólica) não estão doentes, são ditos hipotensos, mas não requerem maior atenção medicamentosa, na maioria das vezes os valores de pressão intra-ocular podem estar abaixo de 10 ou acima de 18mmHg, sem que isso signifique doença a ser tratada.

Há alguns anos o glaucoma era definido pela pressão intra-ocular elevada. Pensava-se que a causa da perda das fibras nervosas era ùnicamente a compressão mecânica do nervo óptico pela pressão elevada dentro do olho.

Então, era mais fácil identificar a doença glaucomatosa. A medida da pressão, que se considerava normal entre (10)12 e 18(21) mmHg, se elevada, nos levaria à presunção diagnóstica. A suspeita seria ou não confirmada pela avaliação funcional através do exame de campo visual e da análise do nervo óptico, com a tecnologia disponível na época e, em caso positivo, a PIO elevada seria tratada com colírios hipotensores.

Alguns anos depois, a experiência nos mostrou que não bastava reduzir a pressão intra-ocular a níveis considerados baixos (seguros). Ainda assim alguns indivíduos evo- luíam com perdas campimétricas importantes e alguns (felizmente poucos) ficavam cegos a despeito do tratamento. Mais do que isso, alguns pacientes nunca antes suspeitos de terem glaucoma (valores normais de pressão ocular) mostravam defeito campimétrico semelhante e evoluíam para perda visual às vezes até mais ràpidamente do que aqueles portadores de pressão intra-ocular (PIO) elevada.

O que estávamos deixando de ver naquela época?

A tomada de consciência do possível envolvimento de fatores vasculares, independentes da pressão intra-ocular, como causa da lesão glaucomatosa indicou a necessidade de uma nova postura em relação à doença.

Assim como cada um de nós é único, nossa identidade bioquímica também é. Nossas referências anatômicas são genèticamente herdadas e podem ser agrupadas por diferenças raciais e de gênero (feminino ou masculino). Mas, continuam sendo indi- viduais. São semelhantes sim, mas individuais. Um mesmo aspecto de nervo óptico po- de ser “normal” (funcionalmente falando) em um determinado indivíduo e significar risco elevado em outro.

Em outras palavras, antes de poder ser detectado dano funcional definitivo (perda de fibra nervosa), determinados tipos de nervo podem mimetizar situações de aparente normalidade (discos pequenos com escavações pequenas) ou anormalidade (discos grandes com escavações maiores). Dependendo do estado funcional vascular de cada organismo podemos encontrar riscos muito maiores em nervos pequenos e pouco escavados e situações de estabilidade funcional relativa em portadores de discos grandes e mais escavados.

A estratificação de risco para desenvolvimento da doença glaucomatosa exige um olhar sistêmico minucioso e uma atenção multidisciplinar, se pretendemos ser mais assertivos. 

Medicar mais do que o necessário (presumindo risco maior do que o real) ou menos que o devido (subestimando conhecidos fatores de risco) são duas situações antagônicas, mas igualmente indesejáveis.

Então a clássica pergunta “a minha pressão está normal?” deve receber como resposta algo como “é mais correto falar em pressão ideal para o seu olho e isso vai depender de uma avaliação sistemática do comportamento do seu nervo óptico em presença de uma pressão média, constante, obtida em várias medidas ao longo de um determinado tempo de observação”.. Em outras palavras, o “valor normal” da pressão intra-ocular é individual, específica para cada pessoa.

Normal aqui significa que não oferece risco de produzir lesão no nervo óptico. Sendo assim, existem sim valores individuais. Cada caso é um caso, como já disse antes. Principalmente nos casos de pacientes já em tratamento de glaucoma, devemos ter cuidado de evitar o termo “normal”. Um mesmo valor de pressão (PIO) considerado bom hoje pode ser alto demais amanhã.

Sobre pressão intra-ocular e glaucoma, talvez voce se interesse pelo post  “A hipertensão ocular de hoje será o glaucoma de amanhã?” aqui no blog:

Link  https://elizabethnavarrete.com/2012/04/15/a-hipertensao-ocular-de-hoje-sera-o-glaucoma-de-amanha/

Mais sobre moscas volantes,fotopsias,flashes e fosfenos…

Como o post que tem gerado mais interesse (e comentarios a respeito de duvidas que ainda persistem) é o relacionado a mosca volante e fotopsia (ver os comentarios de outros leitores em “FIQUE DE OLHO:um alerta importantíssimo”, neste blog),seguem alguns esclarecimentos adicionais:

A definição de fotopsia: “sensação luminosa,como de faiscas ou relampagos provenientes de doença da retina” em http://www.verbetes.com. Mas,etimologicamente falando a combinação photos (luz) e opsis (visão) sugere a interpretação de visão de luzes,independente da causa do fenomeno.


Em medicina é consenso nos referirmos a um sintoma como fotopsia quando a causa dos “flashes” (brilho,faísca…ou outra definição) é oftalmológica (e vitreo-retiniana).

Caso  já tenhamos realizado mapeamentos de retina seriados (avaliação da retina periférica…e não apenas oftalmoscopia direta,como se faz no clássico “exame de fundo de olho”) e o(s) exame(s) não tenham evidenciado nenhuma degeneração de risco para descolamento de retina nem tração vitreo-retiniana ( com ou sem rotura ), então o sintoma pode ser definido como “fosfeno” ( veja abaixo definição bastante esclarecedora ).

As referencias a respeito de flashes, fotopsia e fosfenos são muitas vezes dúbias,dando margem a interpretações diferentes.O que importa na realidade é termos certeza de que o fenômeno luminoso não esteja relacionado à presença de rotura retinana, tração vítreo-retiniana e/ou degeneração de risco para descolamento de retina.Nessas situações devemos monitorar o paciente ,de forma sistemática,enquanto persistirem os sintomas!

O estresse,a tensão e a ansiedade aumentam (ou melhor,”aguçam “)nosso limiar perceptivo. Quantos de nós já nos demos conta de que quando estamos tensos ouvimos todos os barulhos no nosso entorno,tornando bastante desagradável conviver ,por exemplo, com  o barulho de uma simples gota d´agua caindo de uma torneira mal fechada ou ainda o som constante de alguem digitando (às vezes do outro lado da parede,em outro ambiente…mas que  ainda assim ouvimos  nitidamente…e como incomoda!)?

Então …esse mesmo estresse pode gerar aumento da percepção dos fosfenos do movimento ocular rápido (veja definição no link citado abaixo) e não significar risco.

Mas,antes de  afirmar que o que vem incomodando um paciente se deve unicamente  a fatores não oculares, o medico deve esgotar a investigação oftalmológica no sentido de afastar causas mais graves para os sintomas,ou melhor,causas que exijam intervenção precoce.

Espero ter ajudado!

Veja também:

http://www.willsglaucoma.org/portuguese/20060607.htm

O link  é interessante e esclarece mais a respeito de flashes,fotopsias e fosfenos (segue abaixo texto reproduzindo parte do arquivo que você pode acessar no endereço referido):

“Dr. Elliot Werner: Deixe-me começar dando a vocês uma definição de moscas volantes e flashes. Uma mosca volante é algo nos fluidos do olho que lança uma sombra na retina e se parece com uma mancha escura ou manchas que flutuam ao redor no campo de visão. Moscas volantes só podem ser vistas com os olhos abertos e em um ambiente iluminado.
Flashes podem ser vistos até mesmo na escuridão ou, às vezes, com os olhos fechados. Flashes são flashes de luz ou objetos iluminados que aparecem no campo de visão.

P: Um flash é algo com o que se preocupar?
Dr. Elliot Werner: Assim como com as moscas volantes, depende da causa. Um flash solitário sem qualquer perda de visão é raramente sério. Flashes persistentes, especialmente se houver alguma mudança na visão, são potencialmente sinais sérios de descolamento de retina.

P: Às vezes, quando eu fecho meus olhos, uma luz suave aparece lentamente e então desaparece em um padrão contínuo. Isso são flashes de luz?
Dr. Elliot Werner: Não, isso é na verdade uma resposta normal do sistema visual ao se fechar os olhos. Até mesmo em um ambiente completamente escuro, a retina produz impulsos nervosos que se parecem com luz. Flashes são exatamente isso: pontos luminosos ou raios de luz que parecem surgir e desaparecer rapidamente.
P: ‘Flash’ significa algo de curta duração. Qual é o nome para o similar, mas aparentemente permanente, brilho ou objetos brilhantes?
Dr. Elliot Werner: Fotopsia. [Nota da editora: “Fotopsia é a presença de flashes de luz visíveis. É mais comumente associada com descolamento vítreo posterior, enxaqueca com aura, aura de enxaqueca sem dor de cabeça e ruptura ou descolamento da retina.http://en.wikipedia.org/wiki/Help:Contents%5D

P: Eu passei por um período em que via flashes quando virava minha cabeça. Um especialista em retina disse que nada estava errado; era apenas porque o vítreo era muito espesso e estava puxando a retina quando eu virava minha cabeça de repente. Não aconteceu por muito tempo. Quão comum é o vítreo variar em viscosidade e é a razão conhecida?
Dr. Elliot Werner: O vítreo fica menos viscoso e mais fluido com a idade. O que você descreve é chamado fosfenos do movimento ocular rápido e é uma ocorrência normal. É o responsável por “ver estrelas” quando somos atingidos na cabeça”.

Leia tambem aqui neste blog o post “Floaters (moscas volantes) e depressão…qual qa relação provável?”  no link

https://elizabethnavarrete.com/2012/04/15/floaters-e-depressao-qual-a-relacao-provavel/

Outro link interessante:

http://www.ibc.gov.br (site Instituto Benjamin Constant)

Veja definições e orientações a respeito de flashes

Oftalmologia,senilidade e qualidade de vida futura

Por que não devemos procurar o oftalmologista apenas quando existem queixas visuais,ou simplesmente precisamos trocar os oculos…

Envelhecer enxergando bem…esse é o objetivo de todos nós e o  compromisso de todo oftalmologista  com cada individuo sob seus cuidados!

O exame oftalmológico regular é sempre uma necessidade tendo em vista não apenas a avaliação pontual da doença ocular e sim como potencial fator preditivo dessas mesmas doenças.A antecipação  ao adoecimento é e sempre será o desejável na atuação medica.Uma vez que o tratamento medicamentoso vem se mostrando a longo prazo mais iatrogênico do que antes pensado,a prevenção ou mesmo a melhor interpretação da forma de introduzir e conduzir o tratamento necessário são extremamente importantes.

A senilidade significa a desorganização  lenta e gradual dos sistemas bioquímicos e estruturais do nosso organismo, o que leva ao que chamamos degeneração orgânica, com suas manifestações funcionais especificas.Dependendo do órgão ou sistema mais debilitado (genética e/ou ambientalmente predisposto),os sinais surgem mais precocemente neste ou naquele órgão.

No caso especifico dos olhos,mais comumente na senilidade, a catarata,o glaucoma e a degeneração macular relacionada à idade (DMRI) são as manifestações mais comuns e,respectivamente, o cristalino,o nervo óptico e a retina (especificamente sua área mais central,a macula) devem ser alvo de exames periódicos para que se possa desenvolver estratégias no sentido de retardar os desfechos negativos a eles relacionados.

Comentando sobre o glaucoma, embora ainda não saibamos exatamente a causa dessa neuropatia óptica isquêmica progressiva,sabemos que devemos ficar atentos a alguns fatores que podem sinalizar os indivíduos de maior risco.A concomitância de hipertensão arterial sistêmica  de diabetes mellitus,de migranea(enxaqueca –presente ou passada),de hipotensão arterial importante,de síndrome da apneia do sono,alem da hereditariedade positiva são fatores que devem ser levados em consideração na estratificação de risco para a doença. Para conhecer mais a respeito de fatores de risco (individuais e coletivos) para o desenvolvimento de glaucoma e avaliar seu escore em relação à doença, veja o questionario no link abaixo:

http://willsglaucoma.org/cgi-script/csArticles/articles/000000/000074.htm

Outros fatores são na verdade sinais clínicos como o valor da pressão intra-ocular,sempre relacionada à espessura corneana e à avaliação da aparência do disco óptico com seus sinais localizados de perda de fibras nervosas (modificação da relação que existe entre o diâmetro do disco óptico e da sua escavação,alem da alteração do padrão de espessura dos bordos inferior,superior,nasal e temporal desse disco: a essa relação damos o nome de padrão ISNT).

Quanto à DMRI, sabemos que o fator exposição à radiação UV (tanto no verão quanto no inverno pela agravante ambiental a ela relacionada (buraco na camada de ozonio)) alem da perda progressiva dos pigmentos maculares ( luteina e a zeaxantina) devido ao envelhecimento, vem tornando essa patologia cada vez mais prevalente entre nós.

O que devemos fazer é instituir a alimentação funcional (e num segundo momento e sob supervisão medica, a suplementação) para aumentar os niveis oculares desses bioflavonoides além de utilizarmos sempre oculos com proteção UV plena.Alem disso nos conscientizarmos de que o estilo de vida atual gera um estado pró-inflamatorio em nosso organismo acelerando a degeneração dos tecidos e orgaos. O contraponto a essa situação é o aumento da atividade fisica e a adoção de uma dieta mais rica em alimentos que alem de não estimularem a sintese de substancias favorecedoras de inflamação atuam em direção oposta.

O combate ao sedentarismo e a adoção de uma dieta mais saudavel contribuem tambem para reduzir as doenças vasculares como hipertensão arterial e diabetes mellitus, que atuam como fatores de risco para o aumento da incidencia e da gravidade das doenças oculares da senilidade.

A catarata,ou perda de transparencia do cristalino,faz parte do processo natural e gradual de envelhecimento do olho. Todos,sem exceção, mostramos esse tipo de evolução,diferindo apenas em intensidade (maior ou menor)  e tempo (mais acelerado ou bem mais lento). Quando essa perda de transparencia chega a interferir na qualidade de vida do individuo há necessidade de cirurgia. Por outro lado, muitos individuos podem chegar a idades bem avançadas sem necessidade de intervenção cirurgica,e com acuidade visual compativel com boa qualidade de vida. Aqui tambem a proteção UV atraves de oculos solares de boa qualidade, o aumento de aporte de carotenoides (zeaxantina e luteina) e a manutenção da saude (evitando uso frequente de medicamentos  e com isso possiveis iatrogenias) ajudam a prolongar a vida útil do cristalino e,mais uma vez, melhorar a qualidade de vida na senilidade.

Essa avaliação periódica é importante para a estratificação de risco de cada individuo. Cada um de nós pode ter uma qualidade de vida maior se nos anteciparmos a esses eventos e cada vez mais deixarmos de identificar as doenças apenas quando elas já necessitam tratamento.O que buscamos hoje é o desenvolvimento de estratégias que ajudem a prolongar o bem estar do individuo durante a senescencia.

Como lidamos com o risco calculado da terapêutica médica?

Como no dia a dia cada vez mais nós,oftalmologistas,somos questionados a respeito e lidamos com efeitos colaterais de procedimentos e medicamentos que utilizamos na nossa pratica diária; ou mesmo recebemos pacientes com sintomas oculares secundários a procedimentos ou medicamentos utilizados por médicos de outras especialidades,achei que deveria publicar aqui matéria a respeito de um comentário feito no post “Fique de olho- um alerta importantíssimo”,aqui no blog.

O comentário foi a respeito de possível surgimento de “floatters” ou moscas volantes (alem de fotopsia) após procedimento oftalmológico (realizado para tentar minimizar perda visual num olho com diagnostico de “membrana neovascular sub-retiniana).

A queixa de moscas volantes é bastante freqüente e as causas podem ser várias,desde o processo de envelhecimento natural do olho,passando pela degeneração miopica (devido à modificação anatômica do olho,que passa a ser mais alongado e antecipa as alterações estruturais do gel vítreo).Ou ainda,a intima relação entre o vítreo e a retina pode ser desfeita ao mínimo trauma ou inflamação/infecção oculares.

A fotopsia ou flashes podem aparecer sem o sintoma prévio de moscas volantes,mas não é o comum.A fotopsia deve ser diferenciada de outras causas não oculares de “visão de luzes piscando”,”pontos luminosos brilhando” ou outro tipo de “alucinação visual” luminosa.

Quando a etiologia é retiniana existe tração da retina,devido a pontos de condensação do gel (vítreo) . Devido à modificação estrutural do gel,que ocorre após o deslocamento vítreo, algumas fibrilas se condensam ,formando então as famosas moscas volantes de vários aspectos e tamanhos.Algumas delas permanecem conectadas à superfície retiniana e nos deslocamentos oculares fazem com que a retina seja “repuxada”…ou seja,tracionada.A isso damos o nome de tração vítreo-retiniana.

A tração é primaria na maioria das vezes mas pode ser um secundarismo tambem. Se levarmos em consideração que toda vez que fazemos qualquer intervenção no organismo estamos de certa forma introduzindo um fator de stress (fisico ou quimico) que irá gerar uma resposta! No final das contas o objetivo será alcançado…mas no curso da recuperação algumas reações indesejaveis (mas esperadas e passiveis de controle) surgirão.

Se o ponto de tração não se desfaz e com o tempo verificamos que isso implica em risco para um descolamento de retina (devido à co- existência de outros fatores de risco,como as degenerações periféricas estatisticamente mais relacionadas ao DR em olhos míopes),então está indicado procedimento para   eliminar essa tração.

Mas devemos sempre levar em consideração que cada vez que o olho (ou qualquer outro órgão) é submetido à exploração cirúrgica ou procedimento invasivo,mesmo que seja para “consertarmos” algo que realmente necessita de reparo,esse procedimento implica em alguns riscos a curto,médio e longo prazo.

A medicina e suas formas terapêuticas,quaisquer que sejam elas,devem sempre ser pensadas dessa forma: um recurso pontual imprescindível ao órgão/corpo doente,que sempre implica em risco calculado que deve ser absorvido tanto pelo medico (ao escolher a melhor forma atuar naquele momento) quanto pelo paciente (que deve entender e conhecer as limitações   do conhecimento cientifico quanto às projeções futuras,no longo prazo,assim como todas as alternativas disponíveis para cada situação de doença e conversar com seu medico a respeito delas e de suas duvidas,a cada momento).

A resposta do próprio organismo à “invasão” que sofre,seja de que etiologia (causa) for,se dá quase sempre sob a forma inflamatória,ou seja,células encarregadas de combater agressores (sejam eles ambientais,microbianos ou agentes físico-quimicos) se multiplicam e migram para o “local invadido”.Dependendo da resistência orgânica e da situação psiconeuroendocrina do individuo que sofreu a agressão,essa resposta resultará em maior ou menor dano secundário à esse organismo.

É por isso que quando extraimos um dente por exemplo,ou somos submetidos a uma cirurgia,recebemos no pós operatório alguma substancia anti-inflamatoria:para evitar um dano maior devido à reação orgânica (normal e esperada) ao procedimento.

Trocando em miúdos,temos que realizar procedimentos que são necessários mas ao mesmo tempo temos sempre em mente que devemos esperar reações às nossas ações e nos prepararmos para melhor agir nesses momentos e bem equilibrar essa equação (ação-reação).

E …sempre …a melhor alternativa é a prevenção da doença.O tratamento é a consequencia inevitavel e embora não tenha a forma ideal (que ainda continuamos buscando) é a alternativa possivel .

A informação pontual recebida através do medico assistente traz tranquilidade quanto ao que esperar a cada etapa de um tratamento.Uma rotina de exames é necessária para a melhor solução para cada dificuldade que surja.A monitorização contínua durante esse período é decisiva,alem da confiança baseada numa sólida e bem estabelecida relação medico-paciente.

As dúvidas e apreensões dos pacientes são legitimas. Informar-se a respeito do que ocorre com o organismo quando ele adoece é importante sim,até para ajudar melhor na recuperação.Mas deve-se investir também e cada vez mais na relação com o medico.Ambos têm a  mesma expectativa: o retorno rápido ao estado de normalidade funcional e recuperação da saúde.



Catarata é doença? Quando operar?

catarata senil

A catarata é,necessariamente, uma doença?

Qual a definição de doença?

Vamos falar da catarata senil (aquela que acontece com o envelhecimento…)

A catarata, quando acompanha os sinais e sintomas do envelhecimento não é doença. É  tão somente mais um sinalizador do tempo. A opacificação do cristalino (termo que descreve o que acontece com a “lente do olho” na situação denominada catarata), é uma condição inevitável na existência humana, assim como as rugas. Esses sinais são mais precoces ou mais tardios,dependendo da constituição biológica do individuo e de seu viver (escolhas em relação à alimentação,meio ambiente,condicionamento físico,medicações que teve necessidade de fazer uso em diversas situações e pelas mais diversas razões,estressores internos  e externos,enfim…).

Muitos pacientes dizem que tiveram “parentes que morreram com mais de 90 anos e nunca tiveram catarata”. Eu,sempre que posso,explico que essas pessoas tiveram seu cristalino opacificado  sim, porém, como as atividades a que estavam submetidos não exigiam melhor acuidade; se não eram pessoas que utilizavam a “visão de detalhes” com muita freqüência   (ou seja, pessoas que lêem muito,bordam,realizam atividades que exigem uma acuidade visual superior àquela necessária para assistir TV ,não legendada…) ou mesmo se essa redução da acuidade foi muito lenta (a ponto de haver adaptação do individuo à situação… e ele não sentir dificuldades…) ,isso é mais que natural. Afinal,quantos de nós vai ao clinico se queixar de estar com os cabelos cada vez mais brancos???? Ou mesmo,quando da consulta,ele comenta sobre rugas e fios brancos como “doenças”?    Não, certo?    Porque esses sinais fazem parte do processo degenerativo que é o envelhecimento…  que pode tardar ou ser retardado …   mas acontece, para todos nós!

Mas como hoje nossa exigência visual é bem maior e as agressões possíveis ao organismo também são mais intensas ( estado pró-inflamatorio,  pelos hábitos alimentares cada vez mais equivocados, pelo meio ambiente e a relação camada de ozônio/radiação UV cada vez mais intoxicante, alem de outras causas, levando à antecipação da degeneração orgânica), a opacificação cristaliniana nos atrapalha em maior proporção do que há 30 anos atrás.

a visão fica mais embaçada...mais dificil...

Os sintomas iniciais são as flutuações na qualidade da visão.

Essas flutuações podem estar relacionadas à intensidade de luz ( pouca ) ou à baixa qualidade quando há pouco contraste (visão pior ao entardecer ). Ou seja, a visão é percebida como pior, mais em determinados momentos do que em outros. O individuo começa a perceber que mesmo usando óculos, sua visão continua “meio” embaçada, não enxerga como antes. A sensação é como se as lentes dos óculos estivessem sujas. É comum trazerem a queixa de trocas sucessivas de óculos, sem beneficio visual percebido com a troca. Isso se dá porque o cristalino,antes transparente, agora está ficando mais amarelado (como roupa branca guardada no armário por muito tempo,não é isso que ocorre?).

E enxergar através de um filtro amarelo,não é igual a enxergar através de um vidro “blindex” limpissimo,por exemplo…principalmente quando a atividade é a leitura à noite…Nesse caso,a maior potencia na iluminação melhora muito essas queixas.Assim como para dirigir à noite,as lentes com filtro que ajuda a aumentar o contraste (lentes “night drive”) melhoram muito a acuidade visual nos estágios iniciais da catarata.

Outros sintomas comuns são: halos ao redor das luzes à noite, aumento da miopia no individuo míope ou surgimento dela em outros que nunca foram míopes.Mudança de tipo de “erro refracional” ou seja, o individuo era hipermetrope …essa hipermetropia vem diminuindo progressivamente e de repente …ele passa a funcionar como um miope.Além de visão dupla ou visão “com sombras”.

Acredito que nada na natureza existe sem uma finalidade. Partindo desse principio,e baseada em mais de 30 anos de experiência clinica,percebo que se respeitamos mais o “timing” do organismo,ele agradece no longo prazo…

Ou seja,alguém já se perguntou porque o cristalino se opacifica com o tempo? Será que se trata apenas de uma alteração senil,sem motivo aparente exceto a própria degeneração? Assim como as rugas, por exemplo…

Mas,e se não for assim? Será que o cristalino não tem a função de filtrar a luz azul e reduzir os danos que ela causa à principal área retiniana (a mácula) e com isso,manter a qualidade visual por mais tempo ao longo do processo de envelhecimento (quando inclusive a quantidade de pigmentos protetores diminui acentuadamente)? Se assim não fosse,porque os fabricantes  teriam se voltado para a fabricação de uma lente intra-ocular (LIO) cujo maior apelo é o fato de não ser “transparente” como as outras e sim amarelada (como o cristalino senil)?

LIO implantada no olho (em posição,no centro da pupila)

Alguem pode afirmar que a remoção do cristalino senil (amarelo-alaranjado),ou seja, a cirurgia de catarata (facectomia), nos pacientes com predisposição para a degeneração macular relacionada à idade, não acelera o desenvolvimento ou o aparecimento da doença (DMRI)?

um tipo de lente para implante intra-ocular

Os trabalhos publicados são unanimes em contradizer essa hipótese?


Então porque apressar uma situação que no longo prazo aumenta o risco da DMRI quando o paciente ainda não tem maior queixa em relação à sua visão? Por que a cirurgia precoce ou, pior ainda, a extração do cristalino em olho sem catarata,apenas com finalidade refrativa (diminuir ou eliminar o “grau” que o individuo usa ,na alta miopia).Justamente o paciente que tem a retina debilitada em relação aos outros indivíduos não míopes! Não consigo entender a razão dessa prática.Será que é apenas desconhecimento, falta de competencia  e/ou excesso de zelo meu?

Que o paciente aceite a idéia de estar “livre dos óculos” não estranho,principalmente se ele não é advertido a respeito das possíveis complicações futuras.Mas que o médico sugira esse procedimento…não consigo entender…Nossa função (médicos) é proteger o paciente da doença e não contribuir para sua maior incidencia, principalmente por conta de procedimentos invasivos possiveis mas desnecessários (no caso da cirurgia refrativa relacionada à remoção do cristalino transparente).

Alguns cirurgiões me têm na conta de uma médica que é “contra a cirurgia de catarata”. Como poderia eu ser contrária a uma prática que devolve a visão ao paciente? Que aumenta a qualidade de vida na senilidade? Jamais poderia adotar uma postura tão radical! Seria pouco inteligente se assim o fizesse.O que quero garantir ao meu paciente é apenas a segurança de uma postura mais conservadora, expectante,para melhor avaliar o momento de intervir.De um lado a melhora da qualidade de visão a curto prazo (cirurgia precoce).Do outro , a possibilidade de antecipar ou agravar a DMRI (e outras complicações retinianas e maculares), com a intervenção cirúrgica.Se pudéssemos avaliar (com boas chances de acertar),o tempo de vida de cada um,seria mais fácil decidir.Mas como não temos esse poder,me parece mais inteligente e seguro intervir quando a qualidade de vida estiver prejudicada e esse prejuizo for ativamente referido pelo próprio paciente.

A indicação cirúrgica à simples observação de uma catarata num exame de rotina,sem que o paciente se queixe da visão obtida com nova prescrição de óculos, me parece totalmente desnecessária.(E mal indicada!) Alguns dirão que, quando a catarata já está mais desenvolvida, aumentam as chances de uma cirurgia mais demorada. O que levaria a um pós-operatório imediato mais difícil e um outro “gatilho” para a mesma DMRI (e outras patologias) que estávamos tentando evitar.Eu digo que, se assim for, provavelmente terei dado oportunidade de mais alguns anos de melhor visão para o individuo. Porque ele provavelmente também seria o paciente que deflagraria o processo macular numa cirurgia mais precoce. E aí…ele teria sido submetido a um sofrimento maior porque estaria convivendo há mais tempo com uma visão muito ruim.

Ver embaçado é uma coisa…não distinguir é outra,bem diferente!


como é a leitura de um texto ...para um individuo com DMRI

uma paisagem...vista pelo olho com DMRI

Na dúvida,cabe ao medico fazer uma investigação da qualidade de vida desse individuo atraves da aplicação de um questionario (VFQ  “visual functioning questionnaire”) referido na literatura médica e disponivel em várias bases de dados. http://www.nei.nih.gov/resources/visionfunction/vfq_ia.pdf             http://www.rand.org

Costumo indicar cirurgiões com grande experiência (e excelente casuística) . Ainda assim, procuro antes manter o individuo bem monitorizado do ponto de vista retiniano, “preparando” esse olho para o procedimento.Tento ainda diminuir o estado pró-inflamatorio do paciente alguns meses antes da cirurgia (se já não tiver conseguido melhorar o habito alimentar dele como fator de melhora de qualidade de vida e não apenas com objetivo cirurgico).

Alem disso, as decisões devem sempre ser tomadas em conjunto (medico e paciente e/ou familiares). E com total conhecimento do paciente a respeito do procedimento a que está sendo submetido,benefícios e situações que podem surgir a curto, médio e longo prazo.Como tentar evitá-las e como conduzi-las caso aconteçam. Uma indicação segura será sempre benvinda.

E a relação medico-paciente se fortalece nessa circunstancia,o que já é “meio caminho andado” na direção do sucesso terapêutico!

Leia mais sobre catarata nos links abaixo:

http://saudedofuturo.wordpress.com/2008/10/18/catarata-tudo-sobre-catarata/

http://olyntho.wordpress.com/2010/01/25/catarata-%E2%80%93-reabilitando-a-visao/

http://drvisao.com.br

http://portaldaoftalmologia.com.br


FIQUE DE OLHO: um alerta importantissimo!

Vamos falar sobre a  retina.

A retina é transparente.Vemos o vermelho-alaranjado do fundo,através dela.Quando descolada perde a transparencia .Fica com essa coloração leitosa que vemos à direita da foto.

Um termo de pesquisa buscado no blog nos últimos dias foi relativo à queixa de  “clarão nos olhos”.Esse termo é usado por indivíduos que se referem à sensação visual de “ver raios,como quando relampeja… ou ver faíscas…”.De repente…do nada,começam a perceber esses momentos de brilho intenso e rápido,que acontecem no escuro ou quando  eles mexem a cabeça ou mudam de posição e às vezes quando movimentam os olhos durante a  leitura.

A  fotopsia ( nome que damos à essa percepção luminosa )  acontece por uma tração na retina. Como se dá essa tração?

Imagine uma mulher vestida com uma meia-calça longa que em algum momento foi ligeiramente danificada por uma pulseira ou relógio passados “de raspão” sobre ela. Não vai rasgar…agora.Mas pense no que ocorrerá com essa mesma meia depois de alguns dias mais de uso …De repente ,um belo dia,sem mais nem menos, essa meia rasga (“desfia”) ao menor toque ao ser usada. Não foi assim tão inesperado, não é mesmo? Já sabíamos que isso poderia acontecer mais cedo ou mais tarde, por causa daquele “ponto frágil” criado no episodio relatado acima e constantemente tracionado ao se fazer uso da meia.

Assim ocorre com nossos olhos. Podemos comparar a  retina à uma extensão das células nervosas,capazes de transformar um impulso recebido na imagem que você vê quando olha o mundo ao redor.É um tecido nobre dos nossos olhos. Sem a integridade da retina e do nervo óptico (que seria o conjunto dessas fibras retinianas agrupadas e condensadas num tipo de “fio condutor” para serem levadas ao cérebro)…não seriamos capazes de ver. Mesmo com a córnea íntegra e sem catarata  ou  outra patologia…não enxergaríamos!  A  retina poderia ser comparada ao “filme” da máquina fotográfica (daquelas de antigamente…não digital … lógico!).Uma máquina perfeita…mas sem filme..você poderia clicar…mas não obteria imagem para ser revelada,não é mesmo?

Então…o que ajuda a proteger esse tecido  ocular tão nobre? O humor  vítreo ou corpo vítreo  ou…simplesmente… vítreo para os mais íntimos! É um gel, que “preenche” a cavidade ocular. Os olhos não são estruturas sólidas…são como “cistos” preenchidos por esse gel e “forrados” internamente pela retina (complexo retina-coroide) ,com uma  capa externa que é a esclera (a parte branca dos olhos).

Agora imagine uma vasilha com gelatina que você tira da geladeira e deixa sobre a pia.Depois de algumas horas…ela se liquefaz,não é mesmo? Mas, mesmo assim,se você passar o conteúdo dessa vasilha por numa peneira,verá que ainda ficam resíduos dessa gelatina na rede.Nos olhos,esses fragmentos do vítreo,quando se liquefaz (seja por trauma ou pela própria idade), você vê como “mosquinhas” ou “pontos pretos” ou ainda “teias de aranha” quando olha para o céu em dias de sol,ou lê sobre superfícies muito claras.O nome popular para esses pontos: “moscas volantes”. Quando estamos mais tensos, a percepção desses pontos aumenta Por  outro lado,quando estamos bem,quase não percebemos esses pontos.

Quando temos descolamento posterior de vitreo (DPV), costumamos ver esses pontos pretos, pois a liquefação do gel levará a essas percepções. Nessa etapa, já fomos ao oftalmologista, ele detectou o DPV, examinou a retina e não encontrou nenhuma degeneração periférica de risco para descolamenteo de retina (DR). Essas degenerações podem estar presentes nas várias etapas de vida e não são incomuns. Apenas que identificamos em algumas delas, risco maior para o DR. E, se somos portadores desses tipos específicos de degeneração, devemos ter mais cuidado  ainda a partir do  DPV,porque um dos “fatores de proteção” dessa retina já não existe mais: o vitreo condensado e “servindo de apoio” à retina.

Então , existem duas situações para ficarmos atentos:

A primeira: Há tempos vemos essas moscas volantes , fizemos o mapeamento de retina (exame para avaliar a periferia da retina e verificar existência de degenerações) e naquele momento nada de anormal ,alem do DPV, foi verificado. Mas agora, as “moscas volantes” aumentaram em numero e vemos quase que o tempo todo. Sinal de alerta! Procure o seu oftalmologista para avaliar novamente a sua retina.Certifique-se de que não exista nenhuma inflamação no interior do olho ou mesmo que não tenha surgido algum tipo de alteração mais importante.Não espere passar o sintoma…vá ao primeiro sinal de mudança de tipo e freqüência dessas “moscas volantes”.

A segunda: Você nunca havia experimentado essa sensação de embaçamento transitório, como uma “rede ou véu”  atrapalhando a visão …ou mesmo essas “moscas volantes” desagradáveis. Procure imediatamente o oftalmologista para ter certeza de ser “apenas”  um DPV  e não  algo mais importante em que se  tenha que intervir rapidamente.Esse tempo que você perder entre o inicio dos sintomas e a ida ao oftalmologista pode significar a diferença entre ter que ser submetido apenas a uma sessão de laser para “colar” alguma rotura (ou buraco)  na retina ou ter que se submeter a uma cirurgia para tratar, agora, um descolamento da retina, causado pelo não tratamento daquele mesmo “buraquinho”  de antes.Outro sinal que pode nos ajudar a perceber a gravidade da situação é a percepção da fotopsia ( os flashes, ou percepções luminosas,como já falamos mais acima). Isso  ocorre porque a retina está sendo tracionada e como ela conduz estímulos luminosos, cada vez que ela é “pinçada” temos a sensação de ver luzes piscando.Então, resumindo, se estamos vendo “clarões de luz” não temos que esperar nada:                  é ir direto ao oftalmologista, para nos darmos a oportunidade de identificar o problema num estágio em que ele pode ser resolvido com uma intervenção menos invasiva e que se traduza numa melhor acuidade visual presente e futura!

Veja a possivel relação com a depressão e os neurotransmissores no post  “Floaters (moscas volantes) e depressão…qual a relação provável?”  publicado hoje, abril de 2012

https://elizabethnavarrete.com/2012/04/15/floaters-e-depressao-qual-a-relacao-provavel/

(Veja mais a respeito do assunto no post “Mais sobre moscas volantes,fotopsias,flashes e fosfenos…” publicado em agosto de 2010)


(Veja a correlação destes sintomas com o uso de medicamentos no post    ” Flashes,fosfenos,sensações visuais incomuns e medicamentos…uma relação mais que possível ” em agosto de 2011)

Mais conteúdo sobre moscas volantes na internet:

http://www.eyecare.com.br/Retina.aspx

http://www.olhosfreitas.com.br/prg_vis_opi_dor_ger.cfm?id=67

Uma abordagem interessante sobre habituação em relação às moscas volantes (de forma semelhante ao que é proposto na habituação ao tambem desagradável sintoma que é o zumbido) voce encontra na leitura de um ebook disponivel na internet. O autor Mark Lorne explica por que alguns de nós não conseguimos evitar “ver” os floaters comuns a quase totalidade da população. E propõe algumas estratégias possiveis para a evitar a percepção deles. Um leigo interessado em ajudar outros individuos a conviver com moscas volantes. Mais ainda, ele identifica um perfil psicológico comum aos queixosos cronicos em relação às moscas volantes. Vale a pena ler e refletir a respeito!

O link:

http://www.noeyefloaters.com/index.htm

No blog  www.moscavolante.com.br  uma tradução livre do texto de Mark Lorne

Açaí: novo uso! …agora nas cirurgias oculares…

Uma noticia muito boa!


Um novo corante para utilização em cirurgias oculares ( de retina e vítreo) com menor toxicidade e produzido a partir de substancia naturalmente encontrada na natureza, um tipo de antocianosideo, de custo bastante inferior ao dos corantes químicos utilizados hoje em dia.

Estamos caminhando na busca de novas estratégias :menos invasivas,menos tóxicas,mais naturais, mais baratas e disponibilizáveis para uso em toda a população!

Leia:

“Brasil cria corante ocular mais barato feito a partir de açaí”


“Pesquisadores do Departamento de Oftalmologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) desenvolveram um corante intraocular a partir da antocianina, uma substância do açaí…”

“…Os corantes são utilizados em cirurgias da retina (camada mais interna do globo ocular) e do vítreo (componente que preenche o olho, responsável pelo tônus ocular), para que seja possível visualizar membranas e tecidos transparentes na correção de doenças que acometem o fundo dos olhos, como a retinopatia diabética e descolamentos da retina e do vítreo. …”

“Segundo o professor da Unifesp que coordena o estudo, Maurício Maia, o corante natural apresentou um nível menor de toxicidade do que os corantes químicos utilizados hoje… “

“”A procura pelo corante perfeito é antiga. O ideal é que ele seja o menos tóxico possível e que não atinja o nervo ótico ou as células da retina, como esse [do açaí] parece ser”, diz o oftalmologista Maurício Schirmer, do Hospital Oftalmológico de Sorocaba…”

“”Achamos na flora brasileira um corante natural melhor do que os químicos, que, além de serem caros também são tóxicos quando usados em dosagem alta ou, em alguns casos, até em medidas convencionais”, diz Maia. Os pesquisadores agora estão terminando de escrever o artigo sobre o estudo para apresentá-lo nos próximos meses nos EUA. O objetivo é comercializar o corante. “

“A cromovitrectomia, termo utilizado para essa modalidade cirúrgica com corantes, é recente e foi citada pela primeira vez em 2000 em um artigo sobre o uso da indocianina verde. “

Fonte : Folha on Line

Leia o artigo na integra em  http://www.prontuariodenoticias.com.br